Gestão da Saúde Ocupacional nos Canteiros de Obras foi tema do último painel de debates, nesta quinta-feira (6), da SEMANA CANPAT CONSTRUÇÃO 2022, promovida pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A gestão de saúde ocupacional é uma estratégia que adota uma política de prevenção para colaboradores, e busca manter a saúde física e psicológica por meio de programas de bem-estar, segundo esclareceu o gerente médico executivo no Serviço Social da Indústria da Construção de São Paulo (Seconci-SP), Giancarlo Brandão.
A Norma Reguladora (NR) abordada neste último dia de debate online, foi a NR-07, que trata sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), utilizado pelos médicos para acompanhar a saúde do trabalhador.
Uma boa gestão em saúde deve incluir um levantamento epidemiológico, com dados concisos e estruturados, para basear o plano de ação, explicou Brandão. De acordo com dados apresentados pelo médico, o Seconci-SP registrou, desde o início de seu levantamento epidemiológico, 18 mil atendimentos apenas em saúde ocupacional. Os atendimentos demonstram a discrepância entre os dados declarados pelos trabalhadores e os avaliados durante os atendimentos médicos.
Apenas 7% dos trabalhadores declararam condição de hipertensão, enquanto os registros, durante os atendimentos, foi de 21%. Já para a condição de diabéticos, apenas 2% reconheceram a patologia, enquanto 8% foram identificados. Além de outro dado preocupante: 17% dos trabalhadores declararam etilismo crônico. A diferença dos dados preocupa, mas demonstra ainda mais a importância e necessidade do mapeamento e acompanhamento junto aos trabalhadores, segundo Brandão.
A partir dos dados levantados, o Seconci-SP desenvolveu uma série de trabalhos de acompanhamento para hipertensos e diabéticos; grupos de combate à obesidade, tabagismo, drogas ilícitas, elitismo; programa para saúde mental, doenças osteomusculares; para entender e atender às necessidades dos trabalhadores.
Segundo Brandão, a avaliação ocupacional é muito importante para que a função do trabalhador possa ser adequada de acordo com sua condição clínica atual. “Esse é um ponto importante para nós, que a gente auxilia as empresas, em especial do canteiro de obra, em adequar à condição clínica daquele trabalhador a exercer aquela atividade”, disse.
“A saúde e segurança no trabalho estão ganhando, de fato, outra visibilidade dentro das empresas. Estão percebendo o fator prevencionista e deixando de nos enxergar apenas como um custo para a organização”, disse.
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O tema tem interface com o projeto “Realização/Participação de/em Eventos Temáticos de RT/SST”, da Comissão de Políticas de Relações Trabalhistas (CPRT) da CBIC, com a correalização do Serviço Social da Indústria (SESI).
Fonte: Agência CBIC