O mais importante é a saúde e segurança do trabalhador e deve ser preservada, disse o auditor fiscal do trabalho de São Paulo, Antônio Pereira, durante o painel “Impacto das normas regulamentadoras na gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) no setor da construção civil”, que aconteceu no decorrer do lançamento da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Indústria da Construção (CANPAT Construção 2024), realizado nesta quinta-feira (20) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Durante o evento, mediado por José Bassili, gerente de segurança ocupacional do Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci/SP), o auditor fiscal do trabalho destacou a prevalência de acidentes graves na construção civil, como quedas e choques elétricos, e suas consequências. “Se vocês considerarem as maiores dificuldades que a gente tem em todas as atividades econômicas, muitas têm a ver com a construção civil. Um dos maiores deles é a questão da queda e choque elétrico”, afirmou.
Ele ressaltou que os impactos dos acidentes de trabalho são profundos, afetando a imagem da empresa, a produtividade e a gestão. Pereira enfatizou a importância de preservar a saúde e segurança do trabalhador para manter a produtividade e a vida laboral dos empregados. “O mais importante é a saúde e segurança do trabalhador, que ela deva ser preservada”, disse.
Também presente no encontro, a gerente de Soluções Integradas de Saúde e Segurança do Departamento Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi), Katyana Aragão, abordou a necessidade de sensibilizar os empresários sobre os benefícios da SST. “Escutar o trabalhador tem sido um crescimento para nós”, afirmou, explicando que entender as necessidades dos trabalhadores e suas condições de trabalho impacta diretamente na produtividade.
Katyana mencionou que problemas de saúde, como dores nas costas e questões de saúde mental, incluindo depressão, influenciam significativamente o desempenho dos trabalhadores. “É preciso que sensibilize os empresários sobre saúde e segurança porque torna o trabalhador mais produtivo, gera mais negócios e gera satisfação para todos”, concluiu.
Ambos os especialistas comentaram sobre a importância das normas regulamentadoras. Pereira destacou que a revisão da NR 18 visa dar mais liberdade às empresas para definirem medidas de proteção, especialmente coletivas. “A ideia de trabalhar mais com o projeto”, disse ele, enfatizando a necessidade de implementar as normas de forma eficiente.
A gerente do Sesi, por sua vez, elogiou o Programa de Gestão de Riscos (NR 01), que, segundo ela, trouxe muitos benefícios para a gestão de riscos na construção. “Ela foi muito discutida, teve a participação ativa de todos e está sendo revista agora para ser aprimorada”, afirmou.
Além disso, Katyana também enfatizou a importância de uma abordagem baseada em dados e o uso da tecnologia para uma gestão eficiente dos riscos. “Através desses esforços, espera-se não apenas a redução de acidentes e doenças ocupacionais, mas também um aumento na produtividade e satisfação dos trabalhadores e empresários do setor”, finalizou.
O tema tem interface com o projeto “Conhecimento, Segurança e Saúde no Trabalho”, da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da CBIC, com a correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi).
Fonte: Agência CBIC